domingo, 21 de dezembro de 2008

Por quê?

Por que preferimos mentir
Sobre a realidade do mundo?
Arredondar o que já nasceu quadrado?
Fazer sorrir o que já nasceu sisudo?

Por que preferimos mentir
Ao alegar verdade em tudo?
Afinal, pelo simples ato de existir
Já reside um fato, já arde uma vida
E o que é - seja lá o que for -
É também profundo.

Por que preferimos esconder
uma face frente a outra?
Se a mesma que afirma ser
É a mesma
Que encena absorta?

Por que preferimos fingir
Que nada está errado?
Se o erro, por si só,
Já é um fato consumado?

Por que preferimos arriscar
Fingindo ser quem não somos
Insistindo em carregar com
Braços frágeis o nosso futuro abandono?

Que sabemos, nascerá de nossas próprias mãos:
Incrédulas, vazias, tristes, mortas.

Por quê? Por que não mais pecar?
Se ninguém se importa...

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