domingo, 21 de dezembro de 2008

Bichos da Estação

Cavalos pianisticamente galopando
Chegam em suas casas aladas e vão cochilar.
Belo, tão belo é o balé das águias anoitecendo,
Sementes respingando,
Cheiro de terra moendo,
Que os peixes, submersos, vão condimentando
A gigantesca sopa de água e sal

As flores giram e giram obtusas
Os pássaros beijam
As asas freiam
O vento precisa seguir
Os pêlos se agitam
A lua amanhece aflita junto ao sol
É hora de chegar ou partir?

As vozes passam, os grunhidos ficam
São os mesmos latidos, miados, uivos, zumbidos...
Os mesmos sons matutinos e notívagos de outrora

As vozes ferozes, não.
Estas mudaram. Envelheceram.
Um dia, todas mudas ficarão
Para serem, enfim, obrigadas a escutar

O canto dos bichos da estação

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