As tragédias estão aí
Basta olharmos pelas frestas
Pena que enquanto uns sentem dor
Outros dão festas
Até pode parecer clichê
Todos falam sobre isso!
Mas a contradição humana
Tem um peso aflitivo
E tudo isso pesa muito em mim...
Dói demais ser
Ser humano
E temo contradizer:
Mas sou contraditória!
Sou humana, apegada à memória
Individual e coletiva
Passiva
Queria ajudar mais
Agir, doar...
Mas só consigo lamentar
O fato de ser pouca coisa
Pequena, uma só
Difícil de desmembrar
Mais difícil ainda de somar
Que num dia chora... importa?
E no outro mal acorda e já sorri... hipócrita?
E repito: tudo isso pesa muito!
Falo por mim, mas muitos esquecem
Que o hoje amanhã já será história
Então porque não chorar a glória
E vibrar a perda?!
Se tudo muda, vamos inverter logo todos os valores!
E quem agüentaria?
Quem sorriria num abismo?
E se naquela mesma festa simultânea
Alguém chorasse ao lembrar da dor da perda?
Faria sentido?
“Só sei que nada sei”
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Inconsciente Coletivo
Poesia pescada no ar
Verso-peixe de um poeta
Fisgado pela palavra
Cores oscilantes
Das escamas, das carpas!
Seiva morna cultivada
Dentro da própria casa
Nasço e morro todos os dias
Para escapar da rotina
Poesia pescada no ar
É metonímia!
Verso-peixe de um poeta
Fisgado pela palavra
Cores oscilantes
Das escamas, das carpas!
Seiva morna cultivada
Dentro da própria casa
Nasço e morro todos os dias
Para escapar da rotina
Poesia pescada no ar
É metonímia!
Descanso
Lua do sorriso fino
Numa de suas hastes
Não caberia um passarinho
Lua que oscila tanto
E vê modificar ao sabor do tempo
Cada motivo e cada pranto
Hoje, lua magra
Amanhã, roliça
Quando uma nuvem passa, espessa,
Tudo é tão fugaz que instiga
O movimento mais veloz a parar
Lua fina que virou meia lua
Que esboçou meio sorriso
Que se tornou um ponto de luz
Quase uma estrela a se apagar
Lua fina que foi dormir atrás do morro
Enquanto eu - não mais uma criança -
Voltei a sonhar...
Numa de suas hastes
Não caberia um passarinho
Lua que oscila tanto
E vê modificar ao sabor do tempo
Cada motivo e cada pranto
Hoje, lua magra
Amanhã, roliça
Quando uma nuvem passa, espessa,
Tudo é tão fugaz que instiga
O movimento mais veloz a parar
Lua fina que virou meia lua
Que esboçou meio sorriso
Que se tornou um ponto de luz
Quase uma estrela a se apagar
Lua fina que foi dormir atrás do morro
Enquanto eu - não mais uma criança -
Voltei a sonhar...
Teimosia
Tô comendo um pão de queijo
Mas deveria estar escrevendo
Meu dever-ser (kantiano) é a escrita.
Um dia, meu inconsciente me acordou dizendo:
"Escreva!" Tomei um susto, mas gostei!
Pronto. Escrevi.
Mas é triste saber que, às vezes, a preguiça é teia...
Mas deveria estar escrevendo
Meu dever-ser (kantiano) é a escrita.
Um dia, meu inconsciente me acordou dizendo:
"Escreva!" Tomei um susto, mas gostei!
Pronto. Escrevi.
Mas é triste saber que, às vezes, a preguiça é teia...
Assombro
Não há teto
Não há como!
Não há pano de fundo
Sem cenários, sem entornos
Meu escopo é viver
Cada vez mais tiro máscaras
Leio Jung
E esqueço absurdos
Faço festas - internas e externas -
Vibro à beça! Me atiro no escuro...
Todo mundo me lê.
Sei ser frágil
Sei ser forte
Sei também sorrir e sofrer
Mas o melhor de ser sempre foi escrever (o melhor do ser)!
E não escrevo quase nada sobre mim
Escrevo mais sobre "nós" e "você"
Não há teto
Não há como!
Não há pano de fundo
Sem cenários, sem entornos
Meu escopo é viver
Não há como!
Não há pano de fundo
Sem cenários, sem entornos
Meu escopo é viver
Cada vez mais tiro máscaras
Leio Jung
E esqueço absurdos
Faço festas - internas e externas -
Vibro à beça! Me atiro no escuro...
Todo mundo me lê.
Sei ser frágil
Sei ser forte
Sei também sorrir e sofrer
Mas o melhor de ser sempre foi escrever (o melhor do ser)!
E não escrevo quase nada sobre mim
Escrevo mais sobre "nós" e "você"
Não há teto
Não há como!
Não há pano de fundo
Sem cenários, sem entornos
Meu escopo é viver
Invisível
Ninguém vê o corpo?
Ninguém vê o corpo
Estendido no chão
Sentado ou curvo
Ajoelhado ou sujo
Pedindo ou mudo
Ninguém vê o corpo no chão!
Ninguém, ninguém...
Só vêem o copo cheio
O corpo bronzeado
O carro blindado
A carteira e o recheio
Mas ninguém vê o corpo estendido lá no meio
Ninguém vê o corpo
Estendido no chão
Sentado ou curvo
Ajoelhado ou sujo
Pedindo ou mudo
Ninguém vê o corpo no chão!
Ninguém, ninguém...
Só vêem o copo cheio
O corpo bronzeado
O carro blindado
A carteira e o recheio
Mas ninguém vê o corpo estendido lá no meio
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