quarta-feira, 5 de março de 2008

Liberdade

A semente se abriu em flor
Do caule, um ventre murcho
Da dor, o esplendor
Das pétalas, o crepúsculo

Os dedos curtos e frágeis
Evoluídos em longos gestos

Nobres como móveis paisagens
Certos como antigos navios
Dispersos em suas miragens

As horas - que não são mais do que um verso -
Hesitam
Enquanto palavras choram tristes
Alagadas com música e arte
Encantadas com o que ainda não existe

Se vai, que não seja para perto



Porque existe o longe



E não passe para o universo toda a dor que punge
Se abasteça dela, siga em frente de si, e se alcance

Se vai, seja o caule em riste a iluminar a ponte

Desobedeça a luz!

Se vai, ponha acácias verdes nos pés
E respire suor em vez de ar seco

Na volta, não se esqueça que a hora é o inverso do tempo





Rio de Janeiro, em 05 de outubro de 2007

Um comentário:

  1. Obaaaaaaaaaaaa... um blog da michelleee!!

    bem moça, espero q vc atualize esse daqui. rs

    bela poesia... ainda não compreendi mto bem, mas suas palavras soam tão belas...

    bons ventos por aqui

    bjim

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