sábado, 30 de maio de 2009

Desespécie

...Perfil enluarado
Céu negro
Quase tudo é escuridão
Só a lua, esse segredo
É ponto sombrio de luz
Na circunspecta imensidão

Daqui não há estrelas concretas
Nem astros, nem cores, nem civilização
A nuvem logo cobre a fronte pálida da lua:
Essa mal encoberta solidão...
Que ora acende, ora apaga
Ora se retrai, se insinua

Daqui não há como enxergar a perfeição terrestre
Não há lógica Inca, nem Maia
Tampouco se mensura a história que se escreve

Daqui, desse ângulo
Tudo mais se parece com um polígono
Um quadrado para ser mais exato
Um atestado para o desespero!

O mundo, que já foi um círculo
De tanto quicar ficou caduco
De tanto girar ficou tonto e mudo
Desgastou-se.

E desse ângulo não há como fugir pelas beiradas

Tudo é dor e destempero!
Dos correntes equívocos
Superlativos erros
Das lentes sujas e descartáveis
- desse mesmo ângulo -
Um novo céu
Agora todo branco...

Em 18/01/08

Nenhum comentário:

Postar um comentário