Liberdade é poder partir
- Mesmo tarde -
É poder sentir
o que estava engessado, escondido
Liberdade é estar bem consigo
É estar só e feliz
É estar com e completo
É estar sem e completo também
Liberdade é dizer amém para os próprios pecados
E não somente enterrá-los
Liberdade é perdoar-se, doar-se a si mesmo
Liberdade é lampejo de inspiração
Liberdade é a profundidade do pensamento e da ação
É o próprio ato da criação humana: liberta, solta, como uma ave selvagem
É dar passagem...
Seja ao que for
Que entre novos amigos, planos, viagens, um novo amor!
O que importa é a liberdade
Liberdade é a coragem de assumir quem se é
Liberdade é livrar-se das máscaras
Liberdade é pura contemplação
São novos horizontes
Novas possibilidades
Liberdade também é arte
O que importa é a liberdade:
Deixar correr... Libertar-se das amarras...
Das correntes escravizantes da praxe, do dito, do anotado, do gravado, do piegas, do clichê, de algumas garras crueis da sociedade.
Liberdade é ler, pesquisar, escrever, falar o que se quer!
Por isso quero DIZER BEM ALTO: Libertem-se! Antes que seja tarde...
domingo, 22 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Memória desembestada
Lá em Pernambuco
O sotaque contagia
Foi assim comigo
É assim com quem visita
Não importa se é viagem longa
Ou se é curta a estadia
Não importa se tu tem resistência
Ou se tu força na cantoria
Só sei que o pernambuquês é quase uma nova língua
Mas não estou aqui para falar de falação
O que quero relembrar
É motivo de grande inspiração
Já ouvi muito repente
Cordel também já li
Já dancei frevo com uma pá de gente
Muitas ladeiras subi
Já comi carangueijo
Provei dudu, não esqueci
Tapioca com queijo
Suco de siriguela, cajá, sapoti
Já brinquei de almofadinha
- No Rio ninguém sabe o que é isso -
Já subi em árvore, chupei cana
Amei e fiz muitos amigos
Já dancei forró, arrastapé e baião
Já soltei peido de véia
Em muita festa de São João
Já trelei um bom bocado
Com meus chegados, primos e primas
Foi cada viagem massa
Itamaracá, Paudalho, Porto de Galinhas
Falando em família, o número deixa qualquer um abestalhado
É uma vó com nove filhos
Seus netos, seus agregados
São muitos entes queridos
que já dormem noutro telhado...
Hoje sei que o céu de Olinda
É sem dúvida o mais estrelado
Também sei que a rima é forte
Intensa e sequenciada
Mas se eu não fizer assim
Não farei cordel nem nada
Agora falando em Recife, cidade que nunca esqueci
Que carrega o peso leve
De um passado que já vivi
Foram muitas as risadas
Sonhos e meninices
Da minha cidade adotiva
Guardo tudo o que um dia disse:
"Recife, me acolheste e me ensinaste que a vida é pura e simples, a vida é arte!"
De todas essas reminiscências
É fácil dizer o que ficou para sempre guardado:
Saudade... e um restinho de sotaque, claro!
Rio de Janeiro, 07 de fevereiro de 2009.
Michelle Lemos Kaplan
O sotaque contagia
Foi assim comigo
É assim com quem visita
Não importa se é viagem longa
Ou se é curta a estadia
Não importa se tu tem resistência
Ou se tu força na cantoria
Só sei que o pernambuquês é quase uma nova língua
Mas não estou aqui para falar de falação
O que quero relembrar
É motivo de grande inspiração
Já ouvi muito repente
Cordel também já li
Já dancei frevo com uma pá de gente
Muitas ladeiras subi
Já comi carangueijo
Provei dudu, não esqueci
Tapioca com queijo
Suco de siriguela, cajá, sapoti
Já brinquei de almofadinha
- No Rio ninguém sabe o que é isso -
Já subi em árvore, chupei cana
Amei e fiz muitos amigos
Já dancei forró, arrastapé e baião
Já soltei peido de véia
Em muita festa de São João
Já trelei um bom bocado
Com meus chegados, primos e primas
Foi cada viagem massa
Itamaracá, Paudalho, Porto de Galinhas
Falando em família, o número deixa qualquer um abestalhado
É uma vó com nove filhos
Seus netos, seus agregados
São muitos entes queridos
que já dormem noutro telhado...
Hoje sei que o céu de Olinda
É sem dúvida o mais estrelado
Também sei que a rima é forte
Intensa e sequenciada
Mas se eu não fizer assim
Não farei cordel nem nada
Agora falando em Recife, cidade que nunca esqueci
Que carrega o peso leve
De um passado que já vivi
Foram muitas as risadas
Sonhos e meninices
Da minha cidade adotiva
Guardo tudo o que um dia disse:
"Recife, me acolheste e me ensinaste que a vida é pura e simples, a vida é arte!"
De todas essas reminiscências
É fácil dizer o que ficou para sempre guardado:
Saudade... e um restinho de sotaque, claro!
Rio de Janeiro, 07 de fevereiro de 2009.
Michelle Lemos Kaplan
Porta-retrato
A verdade é uma falácia
Tudo o que jurou querer para hoje
já não quer mais
Tudo o que negou querer para amanhã
é o que mais quer
Tudo o que disse ter feito ontem
Esqueceu...
Porque o contrário se esconde em cada afirmação
Porque a vítima é também algoz
A verdade anda de braço dado com a mentira
Sendo que dentro de cada verdade arde uma vida
E dentro de cada mentira uma ira
Procure sempre a verdade para viver mais
Independente das mentiras que nela habitam
Desinverta todas as falácias
E seja capaz de amar as sobras
Tudo o que jurou querer para hoje
já não quer mais
Tudo o que negou querer para amanhã
é o que mais quer
Tudo o que disse ter feito ontem
Esqueceu...
Porque o contrário se esconde em cada afirmação
Porque a vítima é também algoz
A verdade anda de braço dado com a mentira
Sendo que dentro de cada verdade arde uma vida
E dentro de cada mentira uma ira
Procure sempre a verdade para viver mais
Independente das mentiras que nela habitam
Desinverta todas as falácias
E seja capaz de amar as sobras
Elegia à Allegra
Allegra!
Mesmo à distância
Alegra-me tua existência
Allegra
Mesmo do frio
Alegra-me
com tua infância
Alegra-me porque nunca vi tanta lágrima
Alegra-me porque depois que cresci desaprendi
a vibrar de felicidade
e a cantar também
Tudo o que sei nesse infinito hoje
é chorar como criança
abandonada
Allegra, alegra-me!
Mais nada.
Em troca te darei, um dia, uma visita inesperada ao Canadá.
Mesmo à distância
Alegra-me tua existência
Allegra
Mesmo do frio
Alegra-me
com tua infância
Alegra-me porque nunca vi tanta lágrima
Alegra-me porque depois que cresci desaprendi
a vibrar de felicidade
e a cantar também
Tudo o que sei nesse infinito hoje
é chorar como criança
abandonada
Allegra, alegra-me!
Mais nada.
Em troca te darei, um dia, uma visita inesperada ao Canadá.
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